quarta-feira, abril 30, 2014

Eleições 2014 na visão de quem ousa educar

Algo já conhecido por todos nós desde sempre renascerá nos corações de todos os brasileiros dentro de alguns dias, a paixão pelo futebol será tema introdutório para o verdadeiro evento potencialmente capaz de transformar, ou não, a vida das pessoas, as eleições 2014.
 
De um lado os aliados governistas tentarão apresentar um Brasil próspero e cheio de esperança, de outro, os líderes oposicionistas tentarão convencer a todos brasileiros de que não há outra saída a não ser mudar o governo. Nas postagens que se seguem, tentarei analisar os temas em debate no  intuito de convencer a mim mesmo sobre porquê e em quem votar.
 
Certamente temas como segurança pública, saúde, educação e emprego permanecerão em alta na mídia e jamais serão esgotados, a menos que os problemas apresentados sejam solucionados ou que a população se recuse a escutar falar sobre o assunto.
 
Emprego, minha primeira inquietação...
 
Nos últimos três anos tenho estado à frente da equipe gestora de uma escola técnica no Distrito Federal e o tema emprego é algo inerente às rodas de conversa com os meus companheiros de trabalho. Pensar na formação de técnicos significa pensar em:
 
* qualidade do processo de formação;
* respeito ao cidadão-estudante;
* esperança de que sonhos sejam realizados.

Para quem busca qualidade, a escola que temos é algo a ser sempre melhorada, o que perpassa pelo investimento na formação/atualização profissional dos educadores, aquisição de materiais e equipamentos para a realização de atividades práticas, fortalecimento de parcerias com as instituições ofertantes de cenários para a realização de práticas supervisionadas, etc.
 
Para quem busca respeitar o cidadão-estudante temos que investir nas relações interpessoais, aperfeiçoar as metodologias educacionais e respeitar o nível de conhecimento e o ritmo do ser que aprende.
 
A esperança de que sonhos sejam realizados é algo inerente ao ser educador, que sonha com o desenvolvimento de uma sociedade mais bem preparada para enfrentar os desafios que se apresentam na sociedade, dentre os quais, os desafios da consolidação de políticas públicas que integrem o desejo do cidadão-estudante, as respostas do mercado e as necessidades da população demandante de serviços, bens de consumo e de capital.
 
A escola que, precisa se preparar para compreender todas as dinâmicas sociais que se apresentam, encontra-se vulnerável e propensa à avanços e retrocessos já que para desenvolver-se precisa do apoio político que culmine nos investimentos necessários à realização de práticas com a qualidade necessária à formação de bons profissionais. Neste sentido, o acompanhamento do movimento eleitoral iminente torna-se algo inevitável, principalmente porque acreditamos que profissionais bem formados, ofertantes dos serviços demandados pelo mercado e comprometidos com o desenvolvimento social podem conquistar a própria qualidade de vida.
 
...  Mas existe empregos para todos?
 
O Brasil ainda é um país no qual o subemprego é gritante, no qual, de um forma geral,  a qualidade dos serviços prestados não é necessariamente proporcional a contratação de mais profissionais. Prova disto é o que se ver nas áreas de segurança pública, saúde e educação, que aparentemente, o número de profissionais jamais será suficiente para suprir a necessidade da população. Nestas áreas, os níveis de stress dos profissionais torna-se cada vez mais alarmante, a ponto de muitos terem que se afastar de suas funções por causa das doenças ocupacionais.
 
Nosso país se encontra no terrível paradoxo de possuir vagas para postos de trabalho em áreas que requerem conhecimentos especializados e que não existem profissionais em número suficiente. Por outro lado concentra profissionais formados em áreas nas quais os mercados se encontram saturados ou sequer existem ainda.
 
Isto indica que as políticas públicas voltadas a geração de emprego precisam não apenas contemplar áreas nas quais existem profissionais qualificados como também fortalecer os processos de formação de profissionais em áreas carentes o que perpassa pelo fortalecimentos de ações de incentivo para que as pessoas se sintam motivadas a estudar. Ou seja, antes mesmo de pensar na geração de empregos, precisamos descobrir como motivar as pessoas a aprender muito além do que já sabem. Empregar pessoas despreparadas significa ofertar serviços de baixa qualidade.

... continua.