Nesta quinta-feira, 1º de janeiro de 2015, tomou posse para o exercício do seu segundo mandato presidencial a Excelentíssima Presidenta da República Dilma Rousseff. Em seu discurso de posse realizado no Congresso Nacional a presidenta afirmou que o lema do seu sendo mandato é Brasil Pátria Educadora. Este lema, além do sentido próprio da expressão, impregna-se do significado de que cada ação do governo será imbuída de caráter formativo-educador.
Enquanto educador, no exercício da luta em favor da educação pública de qualidade, sinto-me honrado com a menção presidencial, principalmente porque ocorre no momento em que o Brasil se prepara para a superação dos resquícios da crise econômica mundial que ganhou força a partir da última década.
Como bem relatou a presidenta, o Brasil de hoje abriga a primeira geração de brasileiros que não conheceram a miséria, cuja superação impõe ao país o esforço pela superação de outras distorções sociais que perduram por muito tempo no meio de sua gente, tais como o analfabetismo, a discriminação, a violência urbana e um série e outros males apenas combatíveis eficientemente por meio da educação transformadora.
A educação transformadora inicia-se com o acolhimento da pessoa humana considerando as peculiares situações nas quais se encontra, perpassa pela construção do sonho de mudança da situação presencial e existencial na qual se encontra para um outro patamar de vida, conciliável dos seus interesses individuais e dos interesses da coletividade. A terceira etapa desta educação transformadora é a aprendizagem pela interação teoria-prática mediada pela troca de experiências com a comunidade.
Consideradas as experiências desenvolvidas por vários educadores, e em especial as experiências relatadas por Paulo Freire em seu programa de educação de jovens e adultos, na medida da interação entre o Ser que aprende, o Ser com quem se aprende, os objetos mediadores de aprendizagem e o contexto social no qual as intervenções ocorrem, além das experiências vivenciadas por mim mesmo ao longo dos últimos vinte anos, é possível afirmar que o conhecimento construído em meios às situações reais e existenciais constituídos da valorização da dimensão humana em suas singularidades e complexidades encontra profícuo amparo na mente do Ser que aprende para consolidar-se enquanto ferramenta de transformação social.
Dentre os desafios apresentados no processo de construção de um educação transformadora encontram-se:
- o descrédito das pessoas impregnadas do pessimismo aterrorizante que muitas vezes se encontra instalado nas instituições;
- o receio de que a elevação das massas populares a outros patamares de desenvolvimento implique em mudanças na zona de conforto delimitadas pelos próprios agentes de transformação social;
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