"Quando as comunidades assumem maior responsabilidade no próprio desenvolvimento, aprendem a apreciar o papel da educação, quer como meio de atingir os objetivos societais, quer como desejável melhoria da qualidade de vida." (1)
A nação que compartilha equanimemente os tesouros da educação amplia sua capacidade para superar os desafios que se apresentam mediante as transformações sociais. Por outro, ter capacidade ou potencialidade não significa, necessariamente, que as ações venham a ser efetivadas. Sobretudo se for levado em consideração o desejo corporativista/classista de alguns seguimentos sociais, que os impulsionar ao engrandecimento pessoal em detrimento da qualidade de vida da coletividade.
O fato de uma sociedade contar com profissionais hábeis, nas áreas da educação, segurança, saúde, i.e., em número suficiente, não significa que a população será melhor assistida. Para além disto, é preciso que os profissionais, uma vez contratados pela população, estejam dispostos a honrar a palavra empenhada no ato de suas formaturas. E não sejam apenas os vorazes acumuladores de recursos para o provimento pessoal.
É natural a admissível que o trabalhador seja digno do seu salário. Que busque no embate com o empregador, as melhores condições possíveis de trabalho. No entanto não é nada admissível que se torne exemplo de profissional que se omite a prestar os serviços de qualidade para o qual foi contratado. Fazendo assim, colocará em cheque todos os esforços sociais voltados à sua formação.
Quando o estado se mobiliza para realizar a formação de um profissional em uma dada área, o faz, na expectativa de que uma vez formado, este profissional se torne um catalizador de riquezas para a sua unidade financiadora. tal riqueza pode ser gerada tanto pelo aumento do volume de recursos movimentados a partir dos serviços executados pelos profissional, quanto pela otimização dos serviços em virtude de sua intervenção nos setores no qual venha a atuar.
O bom professor, que se mantem atualizado, que se empenha no afazeres pedagógicos, que busca métodos eficientes para realizar o seu trabalho, que se envolve na causa da educação, fortalece o Estado.
O bom médico, que trata o paciente com o zelo necessário, que cumpre suas escalas de serviço com dedicação, que procurar está atento aos avanços da profissão, que contribui para a produção de conhecimento, fortalece ao Estado.
O bom policial, que caminha abraçado com a justiça, agindo segundo os preceitos legais, fortalece o Estado.
E assim, ..., cada profissional, agindo segundo os requisitos demandados pela sociedade, fortalecem ao Estado.
Quando a sociedade se predispõe a construir uma base curricular, tendo em vista fortalecimento do Estado como ideologia. Quando cada membro desta sociedade cuida em se fortalecer por meio da educação, tendo em vista o bem comum, certamente todos caminharão para um futuro promissor.
A partir do ano de 1994, quando o Governo do então Presidente Itamar Franco, proporcionou as bases econômicas para a institucionalização de uma nova moeda, mesmo com tantas pessoas na sociedade proclamando a existência de um golpe político. Dentre os quais, a pessoa que vos fala e tantos outros membros de entidades estudantis e de sindicatos, observou-se um diferencial espetacular na nação brasileira. As pessoas poderiam projetar suas receitas e despesas em curto, médio e longo prazo.
Em meio a encontros e desencontros, os mandatos consecutivos do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi marcado, por um lado, pelos processos de privatização de importantes companhias, e por outro, pela consolidação das instuições democráticas que estavam reaprendendo o que era viver em Estado Democrático de Direito, surge como grande eixo balizador das estruturas sociais na quais ora coexistimos. Se em um primeiro momento, aprendemos a criticar o governo FHC, em um segundo momento, aprendemos a respeitá-lo. E outros tempos, as duras críticas que lhe fizemos, teria nos rendido, muitos dias de detenção e humilhação, nas condições mais amenas. Seria prudente perguntar se em mais oito anos de mandato, o governo FHC avançaria para as realizações proporcionadas pelo seu sucessor (Presidente Lula)? Imagino que não, o sucesso atingido pelo Plano Real, acabaria por impregnar a base de apoio do seu governo de disputas desnecessárias, para não dizer, destrutivas. Em divagações particulares chego a acreditar que o próprio FHC, foi um dos grandes responsáveis pela eleição do Presidente Lula.
Daí algo interessante, um governo que tinha tudo para dar errado, deu tudo certo.
Certo porque se acercou das mentes mais brilhantes do país e das mentes mais comprometidas com a realização do sonho interrompido com a ditadura militar.
Certo porque começou com a meta mais simples possível: garantir a cada brasileiro, três refeições por dia.
Algo, aparentemente simples, mas que apenas seria realizado se houvesse no Brasil o crescimento real, em cada unidade federativa. Do contrário permaneceríamos no pensamento de que alguns estados estariam trabalhando para sustentar outros.
Certo porque o país caminhou para a libertação do FMI, que praticamente empurrava os governantes para se tornarem subservientes do EUA. Certo porque o Brasil aprendeu que para ganhar mais, não basta produzir mais, é preciso, também, praticar os melhores preços, em mercados que sejam competitivos sem serem predadores.
Aliás, porque o Brasil ainda não aprendeu a deixar de ser predador do próprio Brasil? Por que muitos profissionais lutam apenas em favor da própria causa? Porque o custo corrupção do Brasil é um dos maiores do mundo?
O nosso país precisa ser muito rico. Com tantas pessoas querendo crescer às custas de seus semelhantes e nós ainda somos uma das mais prósperas economias do mundo.
Seremos a maior, quando de fato, fomos à escola para aprender. Formos aos nossos postos de trabalho para executar as nossas verdadeiras funções. Vendermos pelo preço justo e não comprarmos além do que podemos pagar. Seremos os maiores, quando desperdício não for o nosso cartão de visitas e quando do mio ambiente, retirarmos apenas o que for necessário. Seremos os maiores, quando respeitarmos os mais frágeis e lhes dedicarmos a atenção merecida e necessária.
Seremos os maiores, quando a educação deixar de ser ferramenta separativista, classista, corporativista e passar a ser consolida como ferramenta para a melhoria do relacionamento interpessoal.
Somos ainda, o país 80%, porque 20% vivem a paz como caminho. Seremos 100%, quando 80% abandonarem o indidualismo e passarem a cultivar a coletividade.
(1) DELORS, Jacques. A educação ou a utopia necessária. In: Educação: um tesouro a descobrir/ [tradução José Carlos Eufrásio]. 7 ed. revisada. Saõ Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2012. Pag 22.
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