Estrategicamente o conhecimento sempre foi
o diferencial entre o viver e o morrer. O ser bem sucedido ou mal sucedido. A
riqueza e a pobreza. O vitorioso e o perdedor. As novas aprendizagens
garantiram ao ser humano, a manutenção do status na sociedade na qual se encontra.
São os novos desafios ou a superação dos antigos que fazem do ser humano, um
ser especial.
Parece que há algo em comum nas grandes
construções do pensamento humano. Comparativamente, a ideia da iminência de um
conflito, ou da recompensa pela solução dos grandes traumas da humanidade
colocam o ser humano em uma luta desenfreada pela aprendizagem. Parece
recorrente que a mente humana só trabalhe na iminência de conflitos.
A raiva, o ódio, a dor, o trauma, o
desespero, a angustia, o furor, o amor, a esperança, a compaixão, a
solidariedade são sentimentos promotores de conflitos necessários à busca pelo
conhecimento.
A humanidade, de alguma forma é
constantemente bombardeada com informações que promovem o despertar de sentimentos.
E conforme o sentimento despertado, lança-se à sua busca.
Em momentos de globalização das
informações, todos estamos em guerra, mesmo que seja em pensamento, todos nos
angustiamos, todos nos desesperamos. E de alguma forma, alguém que não será
pago por nada, assumirá o conflito de alguém, e resolverá o conflito de alguém.
Pela produção de um novo conhecimento.
No mundo apontamos, o maior físico, o
maior médico, o maior químico, o maior neurocientista, o maior,[...]. Não foi
do nada que se tornaram assim. Alguns tiveram berço de ouro, mas muitos outros
precisaram suportar e vencer, grandes desafios em suas vidas.
Quem foi Nelson Mandela?
Quem foi Mahatma Gandhi?
Quem foi Stephen hawking?
Pessoas aparentemente comuns, que em
alguma medida, ao assumirem grandes conflitos, enveredaram para o
desenvolvimento do pensamento. Acredito que pessoas sem conflitos, são pessoas
comuns porque grande parte do conhecimento inovador da humanidade nasce em meio
a processos conflitivos. No limite da exaustão.
Comodismo e tranquilidade são os maiores
ingredientes para o fracasso. É justamente quando nos acomodamos, que deixamos
de viver.
A forma mais fácil para subjugar o
oponente, é fazer com que se sinta frágil e abandone para proporcioná-lo o
abandono da luta. Ser frágil é se sentir incapaz. É da como perdida a batalha.
É olhar para os lados apenas para encontrar a saída de emergência. É fugir do
conflito. É não ter causa.
"Dê-me uma causa para lutar, e lhe
darei a vitória".
Foi assim que Alexandre o grande, Gengis
Khan, Napoleão e Hitler, venceram muitas batalhas, mas de aluma forma, foram
superados. Venceram pela perspicácia, perderam pela imprudência.
São muitos os meios para subjugar na
sociedade atual, no entanto, alguns se destacam pela facilidade: endividamento, entretenimento,
gratidão, ilusionismo, i.e.
O endividamento rompe com a dignidade do
ser humano e o impõe aos mais severos tipos de humilhação e o torna impotente
frente a realidade;
O entretenimento mascara a realidade, dar
ao ser humano a sensação de poder que na realidade não possui e o coloca em
estado de inoperância;
A gratidão compele o ser humano a agir
contrariamente à ordem legal e aos seus próprios valores em nome de um
"bem maior";
O ilusionismo faz com que o ser humano
acredites que os outros são mais capazes do que ele e o coloca em estado de
aceitação da realidade que se apresenta.
O anticonhecimento e o antipensamento
ocorrem quando as pessoas são subjugadas aos estratagemas traçados pelos seus
oponentes. Na educação, a forma mais operante de propagar o anticonhecimento e
o antipensamento se dá, justamente pela submissão de conhecimentos
inaplicáveis, por formas inaplicáveis, em realidades discrepantes das quais,o
conhecimento foi gerado.
O conhecimento que que propõe transformador,
é aquele que, antes de tudo, considera a importância do ser a ser transformado.
O excesso de conhecimento é muito mais promotor de desconhecimento do que de
transformação social.
Enquanto o nosso país avança na inserção
de crianças, adolescentes, jovens e adultos na escola, retrocede na qualidade
do processo do processo de formação em níveis quantitativos. E isto pode ser
facilmente comprovado quando se compara o rendimento escolar médio dos
brasileiros com o rendimento escolar médio das pessoas dos países da América do
Sul, por exemplo.
Ainda assim, a geração de conhecimento no
Brasil, tem feito com que o país dê saltos cada vez maiores em parâmetros
econômicos e sociais. Mas ao meu ver, ainda trata-se de medidas de
favorecimento da minorias.
Temo que a facilidade dispensada nos
últimos anos aos brasileiros para o ingresso nas universidades acabem por
promover um tipo de comodismo predatório da produção de conhecimento.
Temo que o incentivo dispensado aos
servidores públicos para que realizem formação visando a melhoria salarial
acabe por implicar no incentivo a emissão de históricos escolares e
certificações que não trarão nenhum reflexo na qualidade dos serviços
prestados.
Temo que o estudar pelo estudar, o
apadrinhamento político e a dispensação de pão e circo conduzam o Brasil a uma
falsa sensação de crescimento econômico e social em um dado momento, mas que no
futuro reflita-se em grande fracasso social.
Cabe ao povo brasileiro liberta-se das
armadilhas que fazem com permaneça subjugado ao anticonhecimento e ao
antipensamento. Maneiras modernas de reescravização.
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