segunda-feira, maio 14, 2012

O ANTICONHECIMENTO E O ANTIPENSAMENTO


Estrategicamente o conhecimento sempre foi o diferencial entre o viver e o morrer. O ser bem sucedido ou mal sucedido. A riqueza e a pobreza. O vitorioso e o perdedor. As novas aprendizagens garantiram ao ser humano, a manutenção do status na sociedade na qual se encontra. São os novos desafios ou a superação dos antigos que fazem do ser humano, um ser especial.


Parece que há algo em comum nas grandes construções do pensamento humano. Comparativamente, a ideia da iminência de um conflito, ou da recompensa pela solução dos grandes traumas da humanidade colocam o ser humano em uma luta desenfreada pela aprendizagem. Parece recorrente que a mente humana só trabalhe na iminência de conflitos.


A raiva, o ódio, a dor, o trauma, o desespero, a angustia, o furor, o amor, a esperança, a compaixão, a solidariedade são sentimentos promotores de conflitos necessários à busca pelo conhecimento.

A humanidade, de alguma forma é constantemente bombardeada com informações que promovem o despertar de sentimentos. E conforme o sentimento despertado, lança-se à sua busca.

Em momentos de globalização das informações, todos estamos em guerra, mesmo que seja em pensamento, todos nos angustiamos, todos nos desesperamos. E de alguma forma, alguém que não será pago por nada, assumirá o conflito de alguém, e resolverá o conflito de alguém. Pela produção de um novo conhecimento.

No mundo apontamos, o maior físico, o maior médico, o maior químico, o maior neurocientista, o maior,[...]. Não foi do nada que se tornaram assim. Alguns tiveram berço de ouro, mas muitos outros precisaram suportar e vencer, grandes desafios em suas vidas.

Quem foi Nelson Mandela?
Quem foi Mahatma Gandhi? 
Quem foi Stephen hawking?

Pessoas aparentemente comuns, que em alguma medida, ao assumirem grandes conflitos, enveredaram para o desenvolvimento do pensamento. Acredito que pessoas sem conflitos, são pessoas comuns porque grande parte do conhecimento inovador da humanidade nasce em meio a processos conflitivos. No limite da exaustão.

Comodismo e tranquilidade são os maiores ingredientes para o fracasso. É justamente quando nos acomodamos, que deixamos de viver.

A forma mais fácil para subjugar o oponente, é fazer com que se sinta frágil e abandone para proporcioná-lo o abandono da luta. Ser frágil é se sentir incapaz. É da como perdida a batalha. É olhar para os lados apenas para encontrar a saída de emergência. É fugir do conflito. É não ter causa.

"Dê-me uma causa para lutar, e lhe darei a vitória".

Foi assim que Alexandre o grande, Gengis Khan, Napoleão e Hitler, venceram muitas batalhas, mas de aluma forma, foram superados. Venceram pela perspicácia, perderam pela imprudência.

São muitos os meios para subjugar na sociedade atual, no entanto, alguns se destacam pela facilidade: endividamento, entretenimento,
gratidão, ilusionismo, i.e.

O endividamento rompe com a dignidade do ser humano e o impõe aos mais severos tipos de humilhação e o torna impotente frente a realidade;

O entretenimento mascara a realidade, dar ao ser humano a sensação de poder que na realidade não possui e o coloca em estado de inoperância;

A gratidão compele o ser humano a agir contrariamente à ordem legal e aos seus próprios valores em nome de um "bem maior";

O ilusionismo faz com que o ser humano acredites que os outros são mais capazes do que ele e o coloca em estado de aceitação da realidade que se apresenta.

O anticonhecimento e o antipensamento ocorrem quando as pessoas são subjugadas aos estratagemas traçados pelos seus oponentes. Na educação, a forma mais operante de propagar o anticonhecimento e o antipensamento se dá, justamente pela submissão de conhecimentos inaplicáveis, por formas inaplicáveis, em realidades discrepantes das quais,o conhecimento foi gerado.

O conhecimento que que propõe transformador, é aquele que, antes de tudo, considera a importância do ser a ser transformado. O excesso de conhecimento é muito mais promotor de desconhecimento do que de transformação social.

Enquanto o nosso país avança na inserção de crianças, adolescentes, jovens e adultos na escola, retrocede na qualidade do processo do processo de formação em níveis quantitativos. E isto pode ser facilmente comprovado quando se compara o rendimento escolar médio dos brasileiros com o rendimento escolar médio das pessoas dos países da América do Sul, por exemplo.

Ainda assim, a geração de conhecimento no Brasil, tem feito com que o país dê saltos cada vez maiores em parâmetros econômicos e sociais. Mas ao meu ver, ainda trata-se de medidas de favorecimento da minorias.

Temo que a facilidade dispensada nos últimos anos aos brasileiros para o ingresso nas universidades acabem por promover um tipo de comodismo predatório da produção de conhecimento.

Temo que o incentivo dispensado aos servidores públicos para que realizem formação visando a melhoria salarial acabe por implicar no incentivo a emissão de históricos escolares e certificações que não trarão nenhum reflexo na qualidade dos serviços prestados.

Temo que o estudar pelo estudar, o apadrinhamento político e a dispensação de pão e circo conduzam o Brasil a uma falsa sensação de crescimento econômico e social em um dado momento, mas que no futuro reflita-se em grande fracasso social.

Cabe ao povo brasileiro liberta-se das armadilhas que fazem com permaneça subjugado ao anticonhecimento e ao antipensamento. Maneiras modernas de reescravização.

Ou nas palavras da dona Lindu, dirigidas ao seu filho Lula : "teima, meu filho, teima".




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