Se alguém me perguntasse qual é o tema mais conflituoso na sociedade, certamente responderia sem titubear: drogas.
O que são drogas?
Quem é usuário de drogas?
A quem interessa o uso de drogas?
O que as drogas causam?
Porque é tão difícil combater o uso de drogas ilícitas?
É verdade que as drogas matam?
Por que as drogas viciam?
As drogas fazem bem?
São muitas as perguntas que permeiam esse tema e como sempre não cabe a mim respondê-las. Apenas tentarei analisar as consequências dessas perguntas, partindo das minhas próprias vivências e do temor que tenho, pelos seus efeitos nas vidas de quem ousa experimentar.
Há alguns anos atrás, participei de um projeto governamental denominado Universidade Solidária. Neste projeto, os estudantes universitários iam para comunidades carentes espalhadas pelo Brasil afora para trocar experiências de vida com tais comunidades.
Eu tive a imensa honra de participar de um grupo que discutia a sexualidade, a importância do conhecimento do próprio corpo e do amor próprio. No meio de jovens e adolescentes, tínhamos a oportunidade tanto de contar nossas histórias de vida, quanto de escutar as histórias que se passavam na vida das comunidades.
Naquela época, comecei a tomar consciência dos problemas pelos quais a população brasileira passava, tendo em vista a quantidade de adolescentes grávidas e da quantidade de crianças que nasciam como fruto de gravidez indesejada.
Depois de muita reflexão percebi que aquelas histórias que se passavam em comunidades distantes das quais eu residia, também se passavam na minha própria comunidade e comecei a questionar os motivos pelos quais o governo federal havia investido tanto dinheiro para que nós, jovens, fossemos trabalhar em outras comunidades se nas nossas próprias, haviam os mesmo problemas.
Quando participei do seminário de avaliação desse dito projeto, que ocorreu em Brasília, no ano de 2006, tive a oportunidade de formular esta questão para a então idealizadora e coordenadora do projeto, a saudosa socióloga Rute Cardoso, pessoa de notável sabedoria e esposa do presidente da república na época.
O certo é, que fiquei sem resposta. Talvez no meu ímpeto juvenil fosse mais importante o questionamento do que a resposta em si.
Hoje, ao me reportar a esse assunto, recordo da Alegoria da Caverna. Minha comunidade, minha caverna. Ao sair dela é que pude observar os seus problemas e os meus próprios riscos. Que não se diferenciavam em nada, nem do lugar, e menos ainda, nem do tempo. Ou seja, os problemas que contemplo hoje, junto as pessoas das comunidades com as quais convivo, são os mesmo de outrora. Gravidez na adolescência e os riscos com os quais as pessoas convivem de se envolverem com drogas.
As drogas na vida dos seres humanos foram introjetadas enquanto processo de enculturação. Proporcionando:
"Alegria, prazer, satisfação, contentamento, felicidade, força, calma, ..." Sensações que deveriam sempre ser alcançadas coletivamente no processo de socialização que envolvem o trabalho e o lazer.
As drogas encurtam o caminho entre os objetivos almejados intrapessoal e individualmente e o que é necessário fazer para alcançá-los. Geram um ato de recompensa imediata e o grande desejo da pessoa se manter neste estado. Na construção de um mundo particular.
As drogas estabelecem a voz de comando, funcionam como estimulantes, depressoras ou inibidoras das funções cerebrais. Interferindo diretamente nos neurotransmissores, que são os agentes que desencadeiam as sensações que nós temos. As quais tanto nos agradam, que não desejamos abandonar. É em busca dessas sensações que as pessoas embarcam no mundo das drogas.
Mas é possível se drogar sem se drogar?
Alguns anos atrás, participei de um curso na floresta amazônica e tive contato direto com povos que vivem na e da floresta e percebi em muitas pessoas o hábito comum de fazer uso da maconha.
Certo dia em conversa com um grupo de pessoas, uma das pessoas com as quais estava trabalhando lançou mão de um argumento:
_ Descobri porque o PC não fuma maconha! É que ele consegue ficar doidão sem fumar.
Confesso que tive na ocasião muita dificuldade de entender o argumento daquele amigo e só com o tempo pude perceber a profundidade de suas palavras.
Ao estudar o funcionamento do corpo, sobretudo das funções neurais, participar de diversas palestras sobre o assunto e conversar com outras pessoas, cheguei ao entendimento de que as drogas são apenas os meios necessários para atingir certas sensações, mas elas em si, não são os únicos meios. Ou seja, existem muitos outros:
A começar pela contemplação da natureza;
Pela participação de um grupo de oração;
As atividades desportivas;
Hábitos de alimentação saudável;
A prática da caridade;
O sorrir;
O chorar;
Um abraço de acolhimento;
E tantas outras práticas, que não envolvam entorpecentes, podem fazer com que o nosso corpo desencadeiem reações que nos alegrem e nos façam verdadeiramente felizes.
Recuso-me a acreditar que ficarei preso ou dependente de hábitos solitários e que perderei a companhia dos seres humanos que nos cercam.
Recuso-me a acreditar que a sociedade humana será consumida por um processo de deturpação das culturas antigas, que usam as ervas e os chás em seus rituais de confraternização, para uma cultura de cidadãos zumbis, sem casa sem família e sem amigos.
Não podemos nos iludir que as drogas sejas as causas dos problemas. Na minha modesta opinião, elas apenas refletem uma sociedade na qual o ser humano abriu mão do amor verdadeiro e ingressou no processo de degradação.
Confesso que nada neste mundo me dá mais prazer do que ver a alegria no rosto de uma mãe, de uma criança, de um idoso, enfim, de um ser humano. Alegro-me e tento visualizar o brilho que envolve o semblante das pessoas que parecem não mais ser iluminadas. Elas em si, são verdadeiros seres luminosos que têm por dádiva, o grande prazer de alegrar. Essas pessoas ainda existem. São essas pessoas, que por amor ensinam, que os seres humanos não precisam de drogas. Que equilibrando mente e corpo podem inclusive, minimizar a utilização de drogas medicamentosas, passar menos tempo nas filas dos hospitais, se recuperar mrapidamente.
Como poderia eu, ser humano neste mundo, condenar ou culpar os usuários de drogas. Eles já não se sentem suficientemente culpados ao serem abandonados nas sarjetas. Desprezados por suas famílias que já não possuem mais base de sustentação e pelo Estado que se omite em ações e prefere destinar os recurso para os órgãos repressores do que para a formação dos cidadãos.
E o que dizer dos trabalhadores que cultivam as ervas em países da América do Sul, e que o fazem sem sentimento de culpa. Que não conhecem o que se passam em comunidades distantes e que se vêem apenas como trabalhadores.
Para que é que este mundo realmente está ruim?
Quem é que realmente sofre?
Sofre quem ama. Sofre quem quer ver o seu irmão feliz. Sofre quem busca a paz. Sofrem os inocentes, quem pagam as dívidas não contraídas e levam as culpas que não são suas.
As drogas tiram do ser humano o direito de se sentir ser humano. Esse é o maior motivo que tenho para pedir que as pessoas não as experimentem.
Drogas, consuma com moderação!
ResponderExcluirNos últimos anos, deslumbramos uma realidade dita a ser inquietante aos olhos da sociedade. O que antes tinha como finalidade sua utilização em caráter medicinal tornou-se, em diversas perspectivas, um problema ao qual o governo, tampouco as comunidades, são incapazes de solucionar.
Anfetamina, cocaína, heroína, morfina, maconha, haxixe, LSD, ecstasy, bebida alcoólica. São infinitas as substâncias capazes de afetar negativamente a funcionalidade do metabolismo daqueles que o ingerem. No entanto, não podemos generalizar ou atribuir a estas substâncias características que destituem sua real importância ao mundo cientifico. O grande diferencial entre estas drogas com as que ocasionalmente adquirimos em farmácias, está, em suma, no seu principio vicioso resultante do consumo exacerbado sem prescrição médica.
Originadas de diversas composições químico-orgânicas ou minerais, os entorpecentes não determinam uma faixa etária específica, envolvendo até mesmo crianças e idosos, o que gera na sociedade sensação de insegurança e temor para com o comportamento destas pessoas. Produzem alterações dos sentidos que imprimem justificativas para a sua utilização nas diversas classes e grupos sociais.
É inquestionável a proeminência do preconceito e exclusão social que impossibilita a manifestação de qualquer tipo de ajuda ou o anseio por tratamento. Contudo, é dever da sociedade assim como do Estado de atentar pelo bem estar e combater, das mais diversas formas, tudo que traga risco em potencial à população. Combater, principalmente, os focos de proliferação, que atraem o indivíduo e o submete a participar do mundo de criminalidade em prol da sustentação do seu vicio.
Por: Jorge Soares C. Lima Júnior
DROGAS
ResponderExcluirÉ um termo a ser bem analisado pela sociedade,pelo fato que acaba a influenciar outras pessoas no meio.Mas de maneira bem difícil de acabar,pois cada vez mais estão usando esses entorpecentes que causam efeitos desastrosos no cérebro humano.
Certas drogas ,como cocaína, elas têm um enorme poder de vício ,onde cada vez mais os usuários que não conseguem meios para conseguir as drogas legalmente,ele passa para ilegalidade,como o exemplo que a sociedade mais teme:roubo,maneira mais fácil porém com consequências desastrosas para o individuo .Mas eles não ligam muito para isso, eles só querem sustentar o vicio deles,ate as custas dos inocentes que nada tem haver com isso,os infelizes que recebem a ação do roubo desses marginais.Cada vez mais essas drogas ,onde pode se dizer que a cada 5 alunos 1 já são ou foram usuários desse entorpecente ,onde o Brasil tem cerca de 900 mil usuários de cocaína ,e vem subindo cada vez mais esse número,não só da cocaína mas também de outras drogas,não queremos de jeito nenhum,ser que nem a Holanda,não queiramos seguir exemplo europeu,onde ela liberou as drogas e se arrepende por isso,nossa!Não quero morar em um país desse.
Ou seja,drogas é um grande problema da sociedade ,onde cabe a todos denunciar,acabar e aconselhar a quem usa,a parar com isso.Mas é muito difícil escutar termos como "ex-usuário de cocaína" é possível?É sim basta a pessoa querer ,a anatomia humana e complexa e complicada, mas cabe a nos resolver esse problema, basta realmente nos queremos para acabar com isso.