terça-feira, novembro 02, 2010

EXISTE UM MODELO IDEAL DE FAMÍLIA?

Com a eleição da mais querida brasileira da atualidade para a presidir o governo do nosso amado Brasil, certamente nos envolveremos em muitas discussões interessantes sobre as questões de gênero e, também, sobre as questões familiares.


Fiquei muito feliz com as notícias transparecidas pela mídia sobre o dia da eleição, quando a Presidenta Dilma iniciou o seu dia acompanhada de correligionários, foi votar, passou em casa de sua filha e, depois, em casa de seu ex-marido, com o qual segundo consta, nutre laços de amizade.

A família da presidenta Dilma é uma família "normal"?

Tenho a certeza de que é uma família diferente!

O que, na minha opinião, precisa haver em uma família "normal" ou "diferente" nos dias atuais, é tão somente o amor. Este é o princípio de todas as coisas.

A configuração de família na sociedade atual tornou-se tão diversificada que a palavra "normal" pode soar como preconceituosa e sua propagação nas escolas tem potencial devastador para as pessoas que não fazem parte deste grupo.

Quando eu falo de família sempre refiro-me a minha família. É esta família que tenho gravado em minha mente como padrão familiar. Portanto, é o meu normal. E porque esta minha experiência é maravilhosa, proclamo relatos de felicidade.

Por outro lado, existem outras famílias cuja configuração se diferencia da minha, quer seja pelo número de membros do núcleo familiar, pela orientação religiosa ou pelos preceitos éticos e morais que nela propagam. Mas, essas famílias não seriam "normais"?

O que é ser "normal?
Adj, 2 gên. Que é segundo a norma; exemplar (BUENO, 1983).
No decorrer da história humana devo inferir que, por questões de sobrevivência, foi sendo consolidado o formato de família considerando um casal (homem e mulher) que em união estável teriam condições para gerar filhos e prover as condições necessárias para o crescimento. A mulher, limitada pelas condições naturais de gestar e alimentar a criança na primeira fase da vida, estaria impedida, por longos períodos, de desenvolver certas atividades que, também, de forma natural, acabaram sendo assimiladas pelo homem e que, de certa forma foram transformadas em monopólio. Definiram-se, portanto, os papéis do homem e da mulher.

Como não poderia deixar de ser esperado, sempre que um ou outro lado se sente injustiçado, tende a reclamar os direitos que considera ter. Por outro lado, atender ou não as reivindicações depende, dentre outras coisas, da vontade política das partes, bem como das condições tecnológicas vigentes.

A tecnologia avançou e as relações humanas também. Não podemos dizer mais neste mundo se existe alguma tarefa que o homem faça e que uma mulher não tenha condições de fazer. E em certos aspectos, acredita-se que muitas atividades, as mulheres realizam com maior perfeição.

Pois bem, se as relações entre homem e mulher se transformaram ao longo da história, as configurações de família tida como "exemplar" deve permanecer a mesma?

Ao abandonar a tese de família "normal", gostaria de sugerir um raciocínio de família considerando a existência de um núcleo composto por, pelo menos, duas pessoas, no qual se sentem mutuamente comprometidas com o bem estar uma da outra.

Dessa forma, passarei a considerar desestabilização familiar como as incoerências incorridas neste compromisso.

Aceitarei, portanto, que minha família pode ser considerada um modelo de família, que poderá ser seguido ou não, conforme os pressupostos dos que desejam constituir um núcleo familiar.

Por outro lado, preciso aceitar que existem muitos outros modelos de família e que podem funcionar de forma exemplar.

Daí posso justificar os motivos de ter ficado feliz com a forma de proceder da Presidenta Dilma. Acredito plenamente na existência de um grande compromisso com o bem estar dentre os participantes do núcleo do qual ela faz parte, o qual lhe é extremamente importante e o será mais ainda quando precisar se sentir amada e protegida.

Finalizo afirmando que acredito que o modelo ideal de família será aquele que efetivamente cuidarmos para que exista.



Um comentário:

  1. talvez no século passado realmente houvesse!talvez por causa da profunda crença n igreja, que insistia em reafirmar constantemente a famiília como unidade indissolúvel perante a Deus, com pai, mãe, filhos e tudo mais, como o protocolo mandava!Hoje sabemos q essa realidade não mais se aplica à nossa, visto que nossas relações hoje em dia são efÊmeras por demais!Resumindo:virou uma completa suruba essa sociedade atual, e caminha gradualmente para tornar-se uma sociedade sem uma forma que sirva de modelo...já não é mais patriarcal a família atual, é matriarcal.(isso se não avaliarmos as famílias em que os filhos assumem o controle dessa unidade fundamental da sociedade como o todo que é a família.

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