quarta-feira, novembro 17, 2010

TERCEIROS ANOS

Já estamos nos aproximando do término do ano letivo. Olho para os rostos dos alunos que estão concluindo o ensino médio e vejo a mim mesmo.

Muitos já atingiram as notas suficientes para a aprovação e parece que estão indo para a escola muito mais por um gesto de despedida do que para estudar os conteúdos propostos pelo professores.


A todo instante eles se abraçam e relembram os momentos bons que vivenciaram na escola ao longo destes anos de estudo. Dão gargalhadas e planejam o futuro imediato e o mais distante. Falam das carreiras que desejam seguir e como se portarão nos próximos anos.

Há alguns meses atrás um aluno teve a ideia de conversar com seus colegas de sala sobre os valores mais preciosos que podem ser construídos em uma escola e emocionou torda a turma.

Este mesmo aluno sugeriu a construção de um porta-fólio no qual todos os seus colegas colocariam uma foto com um momento de suas vidas e uma mensagem que representasse este momento.

A ideia abraçada por uma professora e por outros de nossos colegas conquistou as cinco turmas dos terceiros anos e deslumbrou pelo empenho, dedicação e capacidade de emocionar.

O porta-fólio tornou-se histórias de vidas. De pessoas sonhadoras e preocupadas com os seus semelhantes. De pessoas que amam e reconhecem quando são amadas.

Sempre defendi que só os alunos e alunas podem avaliar de forma honesta e justa o papel que a escola desempenha em suas vidas porque a escola é feita para eles e sem eles não há sentido em existir.

Sempre defendi que nós professores não precisamos esperar que os governates nos valorizem para que depois possamos nos empenhar naquilo que fazemos. O valor do nosso trabalho só pode ser manifesto pelas nossas próprias ações. As ações de governo potencializam o nosso fazer pedagógico mas não podem ser elas a determinar se seremos bons ou maus professores.

Quando os nossos governates conseguirem empenhar para a educação todos os recursos materiais necessários para que os alunos avancem nos índices educacionais e se aperceberem de que não serão apenas estes recursos que vão garantir qualidade, certamente se fará uma outra pergunta:

O que está faltando na educação?

Eu certamente direi que o que está faltando são as ações iniciadas pelo aluno provocador que sente que a escola o escuta e deseja caminhar, também, a partir de suas propostas. Está faltando a construção de caminhos nos quais os alunos e alunas sejam vistos como seres que pensam, que amam e que sofrem. Está faltando pessoas que cuidem em escutar antes para falar depois. Que não construam grupinhos para a exclusão. Que não perguntem "como vai?" sem que realmente haja o desejo de escutar a resposta e de falar palavras construtivas.

Estão formando mais cinco turmas de alunos e alunas. Pessoas que eu posso afirmar com segunça que são vencedores e vencedoras. Resitiram com bravura as tentações das ruas e as palavras inflamadas de pessoas que não os conheceram de verdade. Estudaram o quanto puderam. As vezes pouco, as vezes o que julgaram necessário. Aprenderam dentro de suas suas possibilidades, com as melhores ou as piores condições de PAZ. Foram filhas e filhos fiéis aos seus pais. Ora obedientes, ora rebeldes. Ora calmos, ora exaltados. Ora seguros, ora sem chão para pisar.

São para mim, crianças, e crianças sempre serão porque tive a honra e o privilégio de estar com eles por estes anos. De buscar em seus sorrisos um pouco mais de ânimo para vivenciar a profissão professor.

Todos deixarão saudades. Muitos encontrarei pelas ruas e minha mente conturbada ou cansada não os reconhecerá. E muitos, também, não reconhecerão a mim. Mas dentro de cada um, restará o fio de emoção vivenciado na escola e certamente puxará do mais íntimo da alma, um breve e gracioso sorriso.

É assim que me sinto com relação aos mestres com os quais tive a oportunidade de conviver. Dos colégios Santa Bernade, Estadual da Palmeira e Estadual da Prata na minha cidade natal jamais esqueci os caminho que percorrir para chegar até lá nem tampouco esqueci de que naqueles lugares convivi com PESSOAS. Seres humanos maravilhosos que ajudaram a construir o que sou.

Daqui a alguns anos muitos destes alunos e alunas certamente poderão ler estas linhas e relembrar de alguma das coisas boas vivenciadas no CEM Stellas dos Cherubins.

O lema da escola:

Educar para o exercício consciente da cidadania

Confesso que muitas vezes escutei ou li estas palavras, tentei buscar significado nelas, mas não consegui. Certamente a minha mente esteve com algum tipo de bloqueio.

Cidadania. Palavra ecoada nos tribunais e nos discursos de políticos eloquentes mas que, infelizmente, tem alcance limitado para grande parte da população.

A cidadania é a constante conquista e reconquista de um povo, algo que não se fará distante dos braços da educação.

Sonhamos com uma educação na expectativa da apropriação de valores que enfatizam a nobreza do ser humano.

Valores estes que pude contemplar quando conheci e refleti sobre os porta-fólios construídos pelos alunos.

Fiquei animado ao contemplar as felizes expectativas de muitos  e alegre porque percebi que os outros que pouco se manifestam durantes estes três anos, consiredaram este momento para comunicar o que estavam sentindo.

Sei que cada turma que conclui a educação básica no CEM Stella dos Cherubins deixa sua marca.

A marca de vocês é a solidariedade e á assim que me lembrarei.

2 comentários:

  1. - Aí professor, confesso que novamente entre no seu blog, com a expectativa de que os enhor houvesse postado essa mensagem. Até parece que te conheço tão bem, ao ponto de acertar, na minha expectativa.
    Como é bom, saber que existem pessoas como o senhor, com um coração tão bom, a ponto de emoçionar quaisquer que sejam as pessoas. Confesso que você é motivo de orgulho pra mim, e sinceramente quero te-lo como um espelho na minha vida, é uma honra ter uma pessoa tao maravilhosa ao nosso lado. Não estou falando isso, pra bajular ou coisa do tipo, até porque eu não faço esse tipo, e quando não gosto de algo ou alguém, deixo bem claro. Mais quando eu gosto de uma pessoa, faço questão de deixar isso explícido. Te admiro muito PC, mais não só eu, como uma galera enorme aii, que você conquistoou.
    Desejo muito sua felicidade, não só sua, como de todos os professores, colegas, amigos, todos em geral.
    Tenha a certeza que daqui a muitos anos se eu passar diante de ti, não irei perder nem tempo tentando me lembrar quem seja você, como o Ivan,Whate, Hélio, Janaina, saberei de cara os nomes e o de que tamanha importancia, se fizeram presentes em minha vida, pessoas que eu guardarei para sempre. Que souberam me conquistar com o minimo gesto de cortezia, de auto-confiança, de conheçimentos compartinhados...
    Realmente eu sou muito grata!

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  2. Aos Professores, mestres de toda uma vida!
    Agradeço vocês por todo o empenho, dedicação, paciência, carinho, solidariedade, compaixão, alegria, presteza, amizade, companheirismo, humildade e, sobre tudo, a PAZ transmitida por cada um em todos esses anos de convivência.

    Costumo dizer que os âmbitos de uma escola não se restringe à apenas um local restrito, dividido por quatro paredes. A escola na verdade é cada membro constituinte que faz desta sinônimo para tudo que há de bom na sociedade. Professores, servidores, coordenadores, direção e alunos, esta é a equipe que, independente de onde estejam, carregarão com sigo um pedaço desta família, unida com os laços da amizade e da educação – sem fronteiras.

    Nós, como alunos, sempre sonhamos em alcançar os nossos objetivos pessoais, que muitas vezes se restringe a um futuro de paz e realizações. Muitos anseiam por melhores condições de vida, circundada por fortuna e materialismo, mas alerto que sem dedicação seus sonhos poderão se tornar em pesadelos. Nós, como formandos, futuros profissionais e pais de família, temos a responsabilidade de transmitir às próximas gerações os mais admiráveis preceitos que um dia foi-nos passado, pelos nossos pais genitores ou pais professores.

    Na verdade, sempre seremos alunos, independente das circunstâncias. Estaremos aprendendo só que agora com um diferencial: da forma mais difícil. O mundo, de fato, será o nosso novo mestre.

    Em fim, levarei até os confins do universo tudo de bom que um dia foi transmitido e aprendido, pois é do altruísmo que aprendi a sonhar e a dedicar os meus sinceros agradecimentos aos Senhores, pais do ensino e da esperança.

    Obrigado...!

    Do seu sempre aluno e amigo,
    Jorge Soares C. Lima Júnior

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