Depois de meses de estiagem o céu empoeirado de Brasília foi agraciado com ar carregado de humidade e a terra sedenta como deserto foi agraciada com pingos de chuva.
Deitado em minha cama eu contemplava a alegria do meu filho que entrava e saia do quarto mostrando o guarda-chuva molhado após caminhar pelo terreiro. A alegria com que me apontava as gostas d'água que pingavam do guarda-chuva me fizeram relembrar os tempos de seca no nordeste.
Meados dos anos 80. Cinco anos que não chovia. A terra esturricada e rachada mostrava sinais de tristeza e desolação. Meu avô cortava galhos das mangueiras para alimentar as vaquinhas que haviam restado com o que parecia ser as poucas folhas verdes presentes na sequidão. Minha avó me chamava para ir ao vale para tentar recolher água de uma nascente que durava horas para minar alguns litros do tão precioso líquido. Os animais tinham que se contentar com a água barrenta que ainda restava no barreiro. Era isso ou nada. Para nós ainda havia uma saída: descer a serra e ir ao encontro da cidade, buscar água na casa dos meus pais. Para descer a ladeira até que não era ruim, mas para subir três ou quatro quilômetros com uma lata na cabeça não era nada agradável. Mas tinha que ser assim, os meus avós mereciam. Em tempos de fartura, nós sempre levávamos frutos do sítio para casa e a avozinha. Ela era briguenta, mas nem por isso deixaríamos de honrá-la.
Certo tempo, quando as dificuldades pareciam não acabar, gotas d'água caíram dos céus, era o prenúncio do fim da grande seca. Eu, ainda que em minha meninisse de doze ou treze anos via os adultos pularem no terreiro como se fossem crianças. Vi meu avô em seu gesto de respeito, retirar o chapéu da cabeça e agradecer a Deus pelo acontecimento. Vi a esperança renascer e em poucos meses tudo já era diferente. Os campos plantados com feijão carioquinha e os milharais gigantescos. Na verdade não eram, a terra era pequena, mas para mim era como se fosse.
Naquela época o meu avô já falava que os tempos estavam mudados. Hoje até as crianças já sabem que os tempos estão mudados. Reconheci na alegria do meu filho, ao ver a água descer do céu, a mesma alegria que senti naqueles meus tempos de infância.
As mudanças climáticas e as condições ambientais atuais nos dão sinais de que caminhamos para tempos tenebrosos. Não podemos confiar mais nos céus, não podemos confiar na terra, nem nos ventos. Tudo já parece ser diferente.
Certa vez um de meus alunos, em pleno ato de sabedoria, ao se pronunciar sobre um tema em discussão disse:
_ Só sabemos dar valor ao que temos, quando perdemos.
Eu ainda me sinto privilegiado por ter conhecido muitas espécies de animais que hoje já não aparecem com a mesma facilidade, muitas árvores e água corrente nos ribeirões, tão límpida que se podia ver a areia branca ao fundo. Hoje ainda existem esse lugares, mas muito longe de mim. Eu mesmo não quero conhecê-los e sinceramente espero que ninguém o faça. Esses lugares não precisam de nós. A nossa presença lá estragará tudo. Colocará a perder os últimos refúgios de animais e plantas.
Eu me contento apenas em saber que esses lugares ainda existem.
Lamento profundamente porque a gotas d'água caídas em muitos lugares pela terra não são para a alegria. Casas são levadas, pessoas são soterradas.
A quem haveremos de atribuir culpa?
Aos ricos? Aos pobres?
Não se trata mais disso. Se trata apenas de saber que a sobrevivência da raça humana dependerá da união da própria raça humana em favor das causas ambientais. Em favor da vida.
A nossa casa é a terra, só a terra.
O próximo planeta com alguma condição de habitabilidade pelos seres humanos está a mais de 20 mil anos luz, fora do nosso sistema solar. Ou seja, não dar para chegar lá na velocidade em que as nossas carroças viajam. E se desse, quem poderia pagar a passagem?
Os seres humanos esperam que as próximas gerações que estão para nascer se desenvolvam em um grau de conhecimento além de nós. Esses novos seres humanos poderiam encontrar soluções para os problemas que ora estão em discussão. Por outro lado, ao se acelerar o processo de destruição das condições de vida na terra, retiramos das gerações futuras, a oportunidade de tentar.
Eu acredito na paz como caminho e espero que a natureza em ato de misericórdia, não cobre de nós, no preço em que nós mesmos estipulamos.
E que muitas gotas d'água de alegria possam cair sobre a terra e realimentar esse ciclo vital, que é a verdadeira mágica que conhecemos, a qual não podemos controlar, mas que para a nossa felicidade, ainda conspira a nosso favor.
Bom dia professor!
ResponderExcluirSou Linneker Ramos de Souza do 3°A,
e não compareci à aula de quarta,pelo motivo que na terça,tive jogo pela escola no plano piloto(jogos escolares do DF).Então no jogo,machuquei ,feio meu tornozelo,por isso não fui as aulas de quarta nem quinta,e me disseram que tinha uma redação a fazer no valor de 5 pts.Para entregar na quarta e/ou na quinta,porém não compareci em nenhuma dessas aulas,e como não possuo seu e-mail,farei a redação aqui ,me disseram que é para fazer sobre o assunto DROGAS.não fui ao medico pois me auto-mediquei,e já estou melhor,então começarei a redação aqui.
DROGAS
É um termo a ser bem analisado pela sociedade,pelo fato que acaba a influenciar outras pessoas no meio.Mas de maneira bem difícil de acabar,pois cada vez mais estão usando esses entorpecentes que causam efeitos desastrosos no cérebro humano.
Certas drogas ,como cocaína, elas têm um enorme poder de vício ,onde cada vez mais os usuários que não conseguem meios para conseguir as drogas legalmente,ele passa para ilegalidade,como o exemplo que a sociedade mais teme:roubo,maneira mais fácil porém com consequências desastrosas para o individuo .Mas eles não ligam muito para isso, eles só querem sustentar o vicio deles,ate as custas dos inocentes que nada tem haver com isso,os infelizes que recebem a ação do roubo desses marginais.Cada vez mais essas drogas ,onde pode se dizer que a cada 5 alunos 1 já são ou foram usuários desse entorpecente ,onde o Brasil tem cerca de 900 mil usuários de cocaína ,e vem subindo cada vez mais esse número,não só da cocaína mas também de outras drogas,não queremos de jeito nenhum,ser que nem a Holanda,não queiramos seguir exemplo europeu,onde ela liberou as drogas e se arrepende por isso,nossa!Não quero morar em um país desse.
Ou seja,drogas é um grande problema da sociedade ,onde cabe a todos denunciar,acabar e aconselhar a quem usa,a parar com isso.Mas é muito difícil escutar termos como "ex-usuário de cocaína" é possível?É sim basta a pessoa querer ,a anatomia humana e complexa e complicada, mas cabe a nos resolver esse problema, basta realmente nos queremos para acabar com isso.