segunda-feira, setembro 20, 2010

O CORAÇÃO PODE SER CONSELHEIRO DA RAZÃO?

Quando eu era pequeno [...] em uma cidade do interior da Paraíba ouvi por muitas vezes os meus avós falarem sobre os candidatos que concorriam às eleições e sobre os vários motivos que as pessoas tinham para conceder seus votos de confiança aos candidatos locais.


Particularmente no município no qual residiam minha avó e avô maternos, os partidos que dominavam o movimento político era dois: o antigo PDS e o já PMDB, e os grupos políticos que os representavam também eram dois: crocodilo e rapacocos.

Eu não me recordo mais, qual grupo meus avós apoiavam, mas sei que faziam parte de um deles. Tinham que fazer. Era essa a tradição. Quem não fizesse parte de nenhum grupo, não poderia requerer melhorias para as suas localidades.

Recordo-me também que a época das eleições eram boas épocas, estivesse ou não, chovendo. Carro pipa não faltava para abastecer as cisternas. Muitos aproveitavam esses momentos para obter algum benefício dos candidatos. Os pais de família determinavam o voto de toda parentela. Quanto mais gente, mais poder de barganha.

Os tempos se passaram e em se tratando de política, pouca coisa mudou. Aqui em Brasília, por exemplo, tem vermelho e tem azul. Quem não está com vermelho ou com azul, está por fora. Parece que eu estou por fora. Por fora das ameaças. Por fora dos xingamentos. Por fora do desrespeito.

Mas eu também estou por dentro. Por dentro do que está acontecendo a cada dia. Da política. Mas não de qualquer política.

Estou por dentro dos assuntos que interessam verdadeiramente aos jovens. A construção de seus sonhos. Estou por dentro quando o assunto é aprender. É buscar soluções para os problemas comunitários.

Estou por fora da bagunça e da barganha. Estou por fora da intriga e da inveja. Estou por dentro do falar bem. Estou por dentro quando os candidatos se prestam a apresentar propostas possíveis e não delírios impossíveis.

É lamentável saber que a nossa Câmara Legislativa gasta o dinheiro do povo aprovando leis inconstitucionais. E ainda tem candidato que pensa em ir para à câmara para aprovar mais dessas leis.

Eu tenho um desejo!

Que o candidato a ser eleito para governar o DF, seja o candidato que fale menos e trabalhe mais. Que os deputados representem verdadeiramente suas regiões administrativas. Que apoiem o governo no que for bom para o povo e que repreenda o governo quando for necessário.

Quais são os meus candidatos? Desculpem-me, mas não falarei.

Não falarei para não influenciar no seu voto. Não falarei para não questionar o seu voto. Não falarei porque respeito o seu voto. Seja ele em qual candidato for.

Eu gosto sim, de política. Gosto de escutar os candidatos falarem. Gosto de comparar o que falam com suas condutas pessoais. Gosto de saber qual é a relação deles com suas famílias. Gosto ou preciso?

Quero escolher o candidato após refletir sobre o que espero para a cidade. Esse é o meu querer. Mas como a minha fé pode se sobrepor ao meu querer. Peço ao Ser de Luz que me acompanha, que desconsidere o que eu quero e escolha o que eu preciso. Estes serão os meus candidatos.

Não venderei o meu voto. Não emprestarei meu nome a ninguém. Não carregarei bandeiras azuis ou vermelhas. Carregarei apenas uma bandeira no dia da eleição. Aquela que as pessoas carregam apenas nas épocas das olimpíadas ou de copas do mundo. Essa será a minha bandeira. Bandeira da pátria amada, porque digo: Nossa pátria.

Agora eu peço voto. Não para um candidato ou candidata. Eu peço que o seu voto seja, antes de tudo, em nossa pátria.

É um voto que será dado educação, pelas boas ações e pela solidariedade para com os nossos semelhante.

Peço inclusive aos candidatos. Dêem seus votos ao Brasil! Trabalhem com justiça e solidariedade. Sonhem juntos com os brasileiros e ajudem o Brasil a ser mais Brasil. Com o sentimento de Brasilidade que o povo espera. Que o povo precisa.

Bom seria se o poder político fosse depositado nas mãos de pessoas revestidas de sabedoria. Que governassem com a razão aconselhada pelo coração. E que o coração não fosse o coração de um só e sim o coração universal, do qual procedem os nossos mais sinceros e verdadeiros sentimentos.

Mais uma vez, ao término desta carta, não trouxe uma resposta. Não tenho respostas, só tenho perguntas. São as minhas inquietações tomadas como base, as inquietações das pessoas com quem tenho a honra de partilhar os momentos de vida.

Sei que houve um homem que, antes de tudo, pediu sabedoria. E com sabedoria conquistou as demais coisas. Sabedoria que não implica necessariamente em conhecimento, e sim no ato de tomar as melhores decisões. Sabedoria que emerge do coração e dá sentido a razão.

Não sou um sábio, sou apenas um admirador da sabedoria. Não sou conhecedor, sou apenas um admirador do conhecimento. Nem sempre me sinto um ser humano. Mas de uma coisa eu tenho certeza. Ao assumir-me como ser humano, reconheço que o faço como ato de sabedoria.

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